segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Vale à pena confiar?

O ciclo econômico criado pelas normas capitalistas tornou substancial que as pessoas consumissem além das necessidades. A cultura consumista que existe na sociedade atual, iniciada na segunda metade do século XIX com o advento da indústria, está de tal maneira arraigada no âmago do ser humano, que não se pensa em outra coisa senão obter mais e mais bens de consumo. E isso ocorre em qualquer continente. O que os barões da indústria fizeram, em conformidade com os principais governos ascendentes economicamente, foi criar um meio de obter lucros exorbitantes e aumentar ainda mais a diferença da renda entre as classes sociais, mantendo os demais abaixo, na linha da escravidão econômica.

O comportamento de consumo das pessoas, especialmente entre o final do século passado e o início deste século, frente a um mercado cada vez mais expansionista e diversificado, demonstra que as estratégias de marketing das empresas e dos governos tendem a seguir a mesma linha, sobretudo no que diz respeito à obtenção exacerbada de capital. Medidas mais específicas e com um toque de “delicadeza” para não criar choques no mercado econômico, sem a devida necessidade, são tomadas com a finalidade de dar o tom à população consumista no que fazer e como fazer a partir de cada nota ditada pela batuta do regente, e orquestrada com cuidado, principalmente quando dos anúncios das medidas. Cada anúncio de novas medidas reflete positivamente ou negativamente sobre as bolsas de valores espalhadas pelo mundo nas principais regiões onde há grande fluxo financeiro. O uso de estratégias em massa pressupõe obtenção de resultados já esperados, exceto quando não se valoriza o fator risco.

Entretanto, vejo como maior risco permitir que este comportamento continue, sem que uma estratégia mundial de marketing seja cuidadosamente planejada e colocada em prática, respeitando-se a liberdade civil e religiosa de cada indivíduo. Pois baixar os impostos após uma crise econômica de amplitude mundial, representa apenas o refresco de uma sombra sob a copa de uma frondosa árvore, e não a satisfação de beber a água fresca que corre pelas margens de um límpido rio.

Portanto, ao fazer uso de tais medidas, os governos, em conformidade com as indústrias, deveria prever com mais exatidão o que desejam fazer para o futuro de uma nação, ou do mundo. Elevar a renda de uma classe social menos favorecida, seja C, D ou E, sem uma correta e devida distribuição, pode causar impactos desastrosos na economia, principalmente em regiões específicas, que podem sofrer e não conseguir auxílio em tempo hábil, porque quem paga o pato na hora do aperto é sempre o próprio consumidor, não aquele que guarda dólares na cueca ou na sola dos sapatos ou seja lá onde for, mas o pobre batalhador que sua a camisa diariamente em uma labuta constante para sustentar a família.

O aumento da inflação, desde que existe economia consumista, é o grande vilão da história, dizem os responsáveis em controlá-la. Será? O FED, Banco Central Americano, anunciou recentemente mais uma medida que causou temor entre os economistas: a injeção de seiscentos bilhões de dólares na economia daquele país para a compra de bônus do governo. Mas tudo é relativo, tudo depende da política, da economia e também dos desejos e ideais de quem está no comando e dita regras na economia e na política, e possivelmente, quem sabe, também na religião. Então eu pergunto: será que vale à pena confiar nos barões? Pois cada iniciativa dessas, no ciclo da economia atual, cria conseqüências denominadas atualmente como “efeito dominó”. E também pergunto: o que eu tenho a ver com isso?