Todos nós sabemos que a fala não é o único tipo de expressão que existe. Mas se é assim, como nosso corpo se comunica? Quais sinais são transmitidos às outras pessoas, os quais nós podemos nem mesmo perceber? Será que eu estou afastando as pessoas de mim? Muito mais do que as palavras, os gestos podem revelar quem eu sou e o que desejo. Sentimentos e sensações são percebidos num pequeno movimento dos olhos. A personalidade, o temperamento e o caráter podem ser captados quando interagimos com outras pessoas, mas a genética também pode definir qual a impressão obtida nesse feedback. Você já escutou aquele ditado popular que diz: “A primeira impressão é a que fica?” Pois então, sendo verdade ou mentira sua mensagem, seu corpo fala o que ele está sentindo ou querendo, e isso pode influenciar outras pessoas. Vamos exemplificar. Numa entrevista de emprego, você entra na sala e senta-se diante do entrevistador. Seu nível de endorfina está razoável, o que lhe permite dar um suave sorriso. Mas opa, espera lá! Sua respiração está um pouco ofegante e suas mãos não sabem para onde vão. Ora estão no bolso da calça, ora se entrelaçam os dedos ou os braços se cruzam. A cadeira parece não estar confortável e você não acha a posição mais cômoda. E o pior é que não faz nem trinta segundos que você está ali. As pernas se cruzam e você olha muito para baixo. Não consegue encarar com tranquilidade o profissional que está à sua frente. Ele mais parece um lobo devorador. Um predador babando de vontade de possuir a presa que exala insegurança, medo e desconforto. Bem, o entrevistador já o mapeou de cima abaixo, mas para ser gentil diz duas palavras que o conduz a um estado de inércia apavorante: “Fique tranquilo!” Então sua mente capta em uma fração de segundos a mensagem: “Pronto, ele sacou que eu não tô legal. Agora ferrou tudo!” Contudo, você não está totalmente desarmado, e seu “simancol” lhe avisa abruptamente que você pode corrigir essa situação. Então respira fundo e relaxa. Cumprimenta-o agradavelmente e colabora com o “quebra-gelo” ao dizer com bom humor, sem exagerar no tom: “Bom, agora está tudo bem, você falou primeiro!” A entrevista se desenrola numa boa, e você parte para outro desafio de seleção. Enfim, cada experiência que é obtida o ajuda a cruzar as informações em sua mente, e isso lhe determina quais erros não poderão ocorrer na próxima vez, caso você esteja diante do "predador" novamente. Mas no caminho para outra entrevista de emprego, algumas perguntas o intrigam: “O que eu fiz de errado? O que aquele “lobo devorador” percebeu em mim que eu mesmo não pude enxergar?” É bom lembrar que os recrutadores são treinados para detectar os mínimos detalhes de suas atitudes, positivas ou não. Portanto, é crucial estar atento a todos os seus movimentos corporais, sem deixar que a tal “nóia” tome conta do seu estado de transição profissional. Uma coçadinha na orelha, um esfrega-esfrega sem parar das mãos, a postura envergadiça mais parecendo um bambu em fim de tempestade, ou os famosos e nojentos pigarros... Tudo é importante quando se trata de comunicação não verbal, gestos e sinais corporais, seja numa entrevista de emprego ou no primeiro encontro com a futura mãe dos seus “bambinos”. Para não escorregar em situações como essa, siga as dicas que vou lhe recomendar agora. Elas foram extraídas da profissional Priscila Mendes, especialista em entrevista de emprego do Empregos.com.br, e consultora do Hay Group Brasil.
Braços cruzados - Essa atitude revela descontentamento e falta de conexão com o outro. Em outras palavras, fecha o canal de comunicação entre você e o recrutador - e isso vale também para pernas e mãos.
Olhar para baixo - Não olhar nos olhos do entrevistador é o erro mais frequente dos candidatos. Deixar de encará-lo pode revelar medo e falta de confiança.
Mexer braços e pernas em demasia - É uma resposta natural do corpo quando se está nervoso e ansioso. Evite, também, "tiques" e "cacuetes", como passar a mão a toda hora no cabelo. Por outro lado, ficar totalmente estático não é a melhor opção. Você é um produto que tem vida.
Segurar bolsa ou caneta - Qualquer objeto que você estiver segurando durante a entrevista estará servindo como um "amuleto da sorte", o que, para o selecionador, irá demonstrar insegurança.
Sentar-se na beirada da cadeira - Indica desconforto e vontade de ir embora o mais rápido possível. Não é a impressão que você deseja passar para o empregador, certo?
Soluções que devem ser aplicadas
Sente-se no encosto da cadeira e incline-se um pouco para frente - Você se sentirá automaticamente mais seguro e relaxado. Inclinar-se para frente irá demonstrar ao selecionador uma atitude positiva com o momento.
Repouse os braços no apoio da cadeira - Isso evitará que você cometa os erros descritos acima. Se a cadeira não possuir apoio, é só pousar as mãos sobre as pernas - sem cruzar os braços, claro.
Olhe nos olhos do entrevistador - Ao encará-lo de frente, você transmitirá confiança e criará empatia. Outra dica é movimentar a cabeça e a sobrancelha de forma a mostrar que você está entusiasmado com a conversa.
Sintonia de movimentos - Procure sincronizar seus gestos e movimentos com os do selecionador - esta técnica, denominada "rapport", ajuda a criar maior sinergia e envolvimento com o outro.
Antes da entrevista - Se você for tímido e estiver muito ansioso para a entrevista, procure se alongar momentos antes de conversar com o recrutador. "Se não estiver se sentindo confortável, vá ao banheiro e faça um alongamento", diz Priscila. Controlar a respiração também é um ótimo recurso para ficar mais relaxado.
Ao final da entrevista - É imprescindível que, ao cumprimentar o entrevistador, você dê um aperto de mão firme e confiante. A dica aqui é, ao final da conversa, apertar a mão ainda com mais firmeza - sem machucá-lo, é claro. Isso irá demonstrar que você sentiu confiança na entrevista.
Lembre-se: Fique tranquilo e nunca desanime! Siga adiante e SUCESSO!